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Da Redação
Conhecida como Lei do Teste da Linguinha, que tornou obrigatória a realização do protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês em todos os hospitais e maternidades do Brasil, que entrou em vigor em dezembro de 2014, começou a ser aplicada de fato nos hospitais no início de 2015, e o teste da linguinha passou a ser obrigatório em todos os recém-nascidos do Brasil, assim como o teste de pezinho.
O teste é um exame simples e rápido, que deve ser feito nos primeiros dias do bebê e avalia a mobilidade da língua do bebê, verificando se há alguma restrição causada pelo frênulo lingual (membrana na parte inferior da língua). A anquiloglossia pode causar dificuldades na amamentação, levando a dores no bico do peito, pega incorreta do bebê, baixo ganho de peso e até mesmo desmame precoce. Além disso, pode afetar o desenvolvimento da fala, mastigação e deglutição.
Para a fonoaudióloga especialista em amamentação, Mayra de Paula, o teste da linguinha é de extrema importância para evitar problemas no desenvolvimento do bebê. “Algumas crianças apresentam uma alteração anatômica do frênulo lingual, seja na espessura, no tamanho ou nos movimentos, o que acaba trazendo dificuldade na amamentação, gerando dificuldade de sucção, deglutição e mais tarde na mastigação e desenvolvimento da fala. As consequências disso pode impactar no crescimento craniofacial e nas estruturas físicas, e o diagnóstico precoce possibilita o tratamento imediato”, explica Mayra.
Apesar de ser obrigatório nos hospitais há uma década, a especialista alerta que, muitas vezes, o diagnóstico não é feito de forma correta. “O exame é padronizado e deve seguir o Protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês, porém, em alguns hospitais, esse exame ainda não é realizado ou é feito por profissionais não capacitados, que acabam não identificando possíveis problemas. No meu consultório, 80% dos casos deveriam ter sido identificados ainda no exame feito no hospital, isso evitaria muito sofrimento para mãe e filho”, revela.
Mayra conta que é comum atender mães aflitas e famílias desgastadas emocionalmente, com dificuldade na amamentação, por conta de problemas na língua do bebê que não foram diagnosticados após o nascimento. “A maior parte das mamães criam toda uma expectativa para a amamentação, sem contar que é fundamental para o desenvolvimento do bebê, e nem sempre essa experiência é como ela imagina”, ressalta Mayra.
A especialista defende que as famílias se informem e exijam que o teste da linguinha seja feito de forma criteriosa no recém-nascido e por profissionais com conhecimento na área craniofacial.