Home / Colunas / Pet
Da Redação
O mês de outubro é conhecido mundialmente pela campanha de conscientização contra o câncer de mama não apenas para as mulheres, mas também para nossos amigos de quatro patas, principalmente gatas e cadelas, que podem desenvolver neoplasias mamárias.
O Outubro Rosa Pet é uma campanha que acontece anualmente para conscientizar tutores sobre a importância deste diagnóstico precoce. Vale lembrar que essa ação foi inspirada na campanha Outubro Rosa, um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama e do câncer de colo de útero.
Embora tenha sido realizado no dia 19 de outubro, durante todo o mês, algumas cidades organizaram ações de conscientização para a população, com distribuição de panfletos informativos, postagens nas redes sociais referentes ao tema, atendimentos e também encaminhamento de animais com tumores para tratamento. “O câncer de mama é o tumor mais frequente nas cadeias, cerca de 62% são malignos e ocorrem na maioria das vezes nas mamas abdominais, caudais e inguinais”, explica o veterinário Francis Flosi.
O especialista ressalta que a prevenção é crucial para que isso aconteça. O que está na contramão da realidade, já que, aproximadamente, 20% dos diagnósticos em cadeias são realizados de maneira muito tarde o que reduz as chances do tratamento ser eficaz. “Por isso, a campanha Outubro Rosa Pet é essencial para a conscientização e alerta dos tutores com seus animaizinhos”, diz Flosi.
Já nas gatas, a realidade é bem diferente. “Seu comportamento biológico é diferente quando comparado às cadelas. Os tumores chegam a 30% das gatas. Além disso, cerca de 85% dos tumores apresentados, infelizmente, são considerados malignos e podem prejudicar muito o bem-estar do animal. Muitas já apresentam metástases no momento do diagnóstico”, explica o veterinário, que ressalta a força do engajamento corporativo de qualidade para o sucesso da ação.
Qual a causa do câncer de mama em cadeias?
Segundo Flosi, o câncer é uma doença multifatorial, caracterizada como um crescimento desordenado de células no organismo. No caso dos tumores mamários, essa multiplicação celular se dá nas glândulas mamárias do animal. “A cadela possui dez glândulas mamárias, dispostas em duas filas, desde a região torácica até a região inguinal. Já as gatas possuem quatro pares de glândulas mamárias. Tendo como causa fatores genéticos, hormonais, nutricionais e ambientais”, diz Flosi.
Também chamadas de neoplasias mamárias, a ocorrência em cadelas e em mulheres são semelhantes tanto na forma epidemiológica, clínica, biológica e genética, com isso há a possibilidade de usar como modelo comparativo experimental.
Para o veterinário, apesar de ser comum em fêmeas caninas, por conta da produção de hormônios, o câncer de mama também afeta cachorros (e gatos) machos, por isso a prevenção deve ser feita em ambos os sexos. Além disso, não existe predisposição racial, portanto qualquer animal de estimação pode ser alvo da doença.
Flosi também destaca que, em diversas vezes, a gravidez psicológica predispõe a essa disfunção hormonal sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença. “Alguns fatores podem estar relacionados ao surgimento do câncer de mama em cadeias como a ingestão de medicamentos hormonais. Principalmente anticoncepcionais ou suplementação. Animais que não são castrados são mais propensos a desenvolver uma neoplasia. Uma vez que, durante o cio, há uma grande descarga hormonal no organismo, que gera um desequilíbrio”, alerta.
Talvez você nem imagine, mas sabia que o peso das cadelas na juventude pode ser um fator determinante? Sobrepeso, obesidade e 3ª idade regional para que surjam os tumores na região das glândulas mamárias nas cadelas.
Entretanto, diferentes de outras doenças neoplásicas, não há relação comprovada entre raças e o surgimento do câncer de mama em cadeias. Também não há relação com ou não acasalamento.
O diagnóstico precoce do câncer é fundamental para um tratamento eficaz da doença. Por essa razão, ao examinar o paciente é preciso observar alguns sinais típicos como:
*Presença de caroços nas mamas (cinco pares nas cadelas e quatro nas gatas)
*Inchaço ou dilatação nas mamas
*Dor ou incômodo frequente
*Presença de secreções nas mamas com odor perturbador.
Há casos em que a doença não tem sinais clínicos tão evidentes. Por essa razão, o diagnóstico dessa doença deve ser feito a partir de exames clínicos na região. E também, exames de citologia aspirativa e diagnóstico de imagem, aponta Flosi.
Tratamentos
Apesar da gravidade, o câncer de mama nos animais de estimação tem cura. Tendo o diagnóstico final, devem ser tomadas as medidas de tratamento da doença. A primeira ação deve ser a remoção completa do tumor por meio da cirurgia. “Quando o tumor é benigno, a cirurgia é o suficiente para que o animal fique bem e não apresente complicações futuras. Mas, em casos graves, como neoplasias malignas, recomenda-se a quimioterapia após a remoção cirúrgica”, diz o profissional.