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Da Redação
Endometriose é uma doença caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora do útero, causando inflamação e aderências. A doença pode se manifestar através de vários tipos de dor, incluindo cólicas menstruais muito intensas.
O tratamento visa controlar os sintomas, reduzir a inflamação e evitar complicações, e pode envolver o uso de medicamentos hormonais, analgésicos, mudanças no estilo de vida (como dieta anti-inflamatória) e, em alguns casos, cirurgia para remover os implantes de tecido endometrial.
O cirurgião Carlos Eduardo de Godoy Jr, especialista em cirurgia robótica, destaca que a endometriose continua sendo uma doença subdiagnosticada, apesar da grande melhora nos métodos diagnósticos que observamos nos últimos anos e essa dificuldade em diagnosticar ocorre principalmente pelo hábito de considerarmos a dor como algo normal.
Em média, uma paciente sofre por 7 a 10 anos até chegar ao diagnóstico correto e iniciar um tratamento eficaz. São anos de sofrimento que poderiam ser evitados caso os sintomas fossem valorizados numa fase mais precoce.
A inflamação crônica causada pela doença afeta os órgãos reprodutores da mulher, dificultando a ocorrência da gravidez. “O útero, as trompas e os ovários podem sofrer prejuízos cada vez maiores ao longo dos anos. Por vezes os métodos de reprodução assistida podem ser necessários para devolver a esperança de alcançar a maternidade”, elenca o médico.
O especialista ainda destaca que a dificuldade em diagnosticar ocorre principalmente pelo hábito de considerarmos a dor como algo normal, sugerindo que as mulheres devam se medicar e suportar os sintomas por muito tempo, antes que procurem ajuda especializada. “Em média uma paciente sofre por sete a 10 anos até chegar ao diagnóstico correto e iniciar um tratamento eficaz. São anos de sofrimento que poderiam ser evitados caso os sintomas fossem valorizados numa fase mais precoce, diz Carlos Eduardo.
A cirurgia é indicada em algumas situações, como pacientes com grandes cistos de ovário, endometriose de apêndice, endometriose com sintomas de obstrução intestinal ou endometriose de vias urinárias que comprometam a drenagem de urina, são indicações clássicas de cirurgia. Entretanto, pacientes com dor intensa que não melhore com medicação e pacientes com infertilidade, podem ser operadas em busca de melhora clínica. “Atualmente o tratamento cirúrgico da doença é realizado por técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e a robótica, que oferecem uma imagem ampliada e de alta definição. Essa qualidade é fundamental para que o médico identifique todos os focos de doença que precisam ser removidos no tratamento”, frisa o especialista.
As cirurgias de endometriose profunda exigem intenso conhecimento de anatomia e técnica cirúrgica. Os focos de endometriose invadem os tecidos ao longo de anos, causando distorções anatômicas e aderências complexas. “Desta forma, precisamos programar nossa mente para enxergar a anatomia normal em meio a um cenário de doença. É fundamental ressecar os focos de endometriose, preservando a funcionalidade dos órgãos acometidos. E para isso precisamos preservar vasos e nervos delicados. As complicações podem surgir pela lesão intraoperatória de alguma estrutura ou sangramento excessivo, podendo levar a risco de infecções, perda da funcionalidade e perda do potencial reprodutivo. Portanto, não se aprende a tratar a doença do dia para a noite. É preciso tempo, experiência, equipe multidisciplinar e se possível, acesso aos melhores recursos em tecnologia para que se alcance os melhores resultados”, finaliza o cirurgião.