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Reserva ou reservado?

Daniel Perches

Vinho 13/04/21

Você certamente deve ter notado que o mundo dos vinhos é rico em diversidade, formas de produção, países produtores e vários outros pontos que inclusive dão todo o charme à bebida.

Mas junto com tudo isso vem um monte de siglas, nomenclaturas, definições e informações que muitas vezes nos deixam confusos, ao invés de ajudar a entender.

E um caso típico é o nome Reservado, que habitam as prateleiras de praticamente todos os pontos de venda onde se tem vinho, seja um supermercado de bairro, uma loja de conveniência de um posto de gasolina ou uma grande loja de departamentos. Se tem vinho “para o dia a dia”, tem Reservado.

Mas afinal, o que define um vinho Reservado? Seria ele um “parente do Reserva”?

Embora as palavras sejam muito parecidas (e conta a história que isso foi proposital), não há nenhuma relação.

Um vinho cunhado como Reservado é um vinho simples, também chamado de “vinho de entrada” e que tem, na maioria das vezes, um alto volume de produção, pouco ou nenhum contato com madeiras, sejam em grandes barricas ou em formato de chips ou duelas (que são grandes ripas de madeira que são inseridas nos tanques para que se obtenha os aromas que a madeira aporta nos vinhos) e comercializados para o consumo praticamente imediato.

Ou seja, na prática, a palavra Reservado não garante nenhum tipo de tratamento superior em uma vinícola, sendo só uma questão de marketing, para que as vinícolas e os importadores ou vendedores possam diferenciar seus vinhos.

Porém é importante ressaltar que há muitos Reservados de ótima qualidade no mercado, especialmente os que são feitos por grandes produtores do Chile.

Já os vinhos ditos Reserva, esses sim, têm um tratamento superior e que vai desde o campo, na seleção das parcelas de plantação que serão dedicadas a esse vinho até o processo de elaboração e amadurecimento do vinho na cantina.

Alguns países como a Espanha têm regras bem rígidas para que os vinhos possam ser cunhados como Reserva e controlam essa informação do rótulo de forma intensa, garantindo que o consumidor, ao se deparar com um vinho desses, saiba que está realmente diante de algo especial. Para se ter uma ideia, no caso dos tintos, o período mínimo de envelhecimento é de 36 meses, sendo 12 deles em barris e o restante em garrafa. Para brancos e rosados, o vinho deve envelhecer por 18 meses, sendo seis deles em madeira e os demais em garrafa.

Alguns países produtores possuem legislação em relação aos termos Reserva, Grand Reserva e alguns outros nomes, mas sem tanta rigidez como a Espanha.

O fato é que sendo de um país mais rígido como a Espanha ou de algum outro que não tenha tanto controle, é a reputação do produtor que está em jogo, portanto ao determinar que seu vinho pode ser um Reserva, ele está atestando a qualidade de seu próprio produto, o que será posteriormente verificada e confirmada (ou não) pelos consumidores.

Agora que você já sabe a diferença entre os dois, é só escolher um bom Reservado para um dia de relax sem grandes preocupações (ou até para fazer alguns drinks) e um bom Reserva para aquela ocasião especial. 



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