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Andréa Barbieri
Todos os tutores precisam saber lidar com um animal envenenado. Infelizmente, essa situação é comum em clínicas veterinárias e apesar de todo cuidado com nossos amiguinhos de quatro patas, há muitos perigos dentro da nossa casa.
Plantas, animais peçonhentos,
produtos de limpeza, medicamentos e alimentos do dia a dia são capazes de
envenenar o organismo de um cão ou gato. De acordo com o veterinário Francis
Flosi, há várias causas para o envenenamento do animal. “Quando se fala de um pet
envenenado, é comum que os tutores já associem ao envenenamento criminoso por
veneno de rato, por exemplo. Mas isso também pode ocorrer acidentalmente, por
meio de outros objetos e produtos. O envenenamento de animais pode ocorrer
quando o pet inala, ingere ou entra em contato com alguma substância tóxica
para seu organismo, o que muitas vezes ocorre dentro da própria casa”, alerta.
Alguns dos envenenamentos
acidentais mais comuns são causados por produtos de limpeza, como álcool, água
sanitária, removedor, querosene, tintas, produtos automobilísticos,
inseticidas, desinfetante, detergente, sabão em pó ou líquido e amaciantes, que
podem ser ingeridos por animais, causando problemas graves. “É importante que
os animais de estimação não fiquem no ambiente enquanto estiver usando esses
tipos de produtos”, frisa Flosi.
Porém, não são apenas os
produtos de limpeza que podem envenenar os bichinhos. O chocolate, por exemplo,
contém uma substância chamada teobromina, que é metabolizada normalmente pelo
organismo humano, mas é um problema para o metabolismo do fígado do animal e
causa graves problemas de saúde e até levar o animal à morte. “Já que o
metabolismo de cada animal é único, não dá para determinar uma quantidade certa
de chocolate para o pet ingerir e não ser um risco para a sua saúde”, aponta o veterinário.
Algumas plantas também podem
envenenar o animal e ainda que possam ser catalogadas no mesmo grupo de plantas
venenosas, a substância tóxica presente em uma planta não necessariamente é a
mesma da outra. “Os sintomas da ingestão de plantas venenosas podem ser
diferentes e variar de intensidade, dependendo de alguns fatores”, como:
comigo-ninguém-pode, “espada-de-são-jorge” e “bico-de-papagaio”, alerta o
especialista.
No envenenamento, diversos
sintomas podem aparecer, dependendo do tipo de substância ingerida. “Alguns
sinais de envenenamento são salivação excessiva, vômito, diarreia que pode ou
não conter sangue, dilatação das pupilas, tremores, convulsões, dificuldade de
movimentação, desorientação, dores, febre, dificuldade para respirar, alteração
na cor das mucosas (língua azulada)”, destaca Francis.
O importante é localizar com
máxima rapidez qual foi a provável causa do envenenamento, essa informação será
de extrema importância, uma vez que o tratamento varia de acordo com as causas
da intoxicação. “Nunca tente fazer o pet vomitar ou dê leite ou água. O tempo
do acidente até a intervenção do veterinário é muito mais importante”, alerta.
O tratamento para um pet envenenado
vai depender do tipo de substância que ele ingeriu ou teve algum contato. O
diagnóstico de envenenamento é baseado nos sinais clínicos, no histórico do
animal e em alguns testes laboratoriais, como exames de sangue e de urina. “Como
muitas vezes o agente causador não é conhecido, o tratamento emergencial
consiste, na estabilização dos sinais vitais do animal. Nessa fase, as funções
respiratórias e cardíacas são controladas com a administração de oxigênio e de
fluidos”, explica Flosi.
Já quando a substância é conhecida,
o antídoto é dado imediatamente. Em casos de intoxicação tópica, a higienização
correta do local é feita. “Mas nenhum desses procedimentos deve ser realizado
pelo tutor em casa sem orientação do veterinário”, finaliza o especialista.