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Pets envenenados: o que fazer?

Andréa Barbieri

Pet 15/06/22

Todos os tutores precisam saber lidar com um animal envenenado. Infelizmente, essa situação é comum em clínicas veterinárias e apesar de todo cuidado com nossos amiguinhos de quatro patas, há muitos perigos dentro da nossa casa.

Plantas, animais peçonhentos, produtos de limpeza, medicamentos e alimentos do dia a dia são capazes de envenenar o organismo de um cão ou gato. De acordo com o veterinário Francis Flosi, há várias causas para o envenenamento do animal. “Quando se fala de um pet envenenado, é comum que os tutores já associem ao envenenamento criminoso por veneno de rato, por exemplo. Mas isso também pode ocorrer acidentalmente, por meio de outros objetos e produtos. O envenenamento de animais pode ocorrer quando o pet inala, ingere ou entra em contato com alguma substância tóxica para seu organismo, o que muitas vezes ocorre dentro da própria casa”, alerta.

Alguns dos envenenamentos acidentais mais comuns são causados por produtos de limpeza, como álcool, água sanitária, removedor, querosene, tintas, produtos automobilísticos, inseticidas, desinfetante, detergente, sabão em pó ou líquido e amaciantes, que podem ser ingeridos por animais, causando problemas graves. “É importante que os animais de estimação não fiquem no ambiente enquanto estiver usando esses tipos de produtos”, frisa Flosi.

Porém, não são apenas os produtos de limpeza que podem envenenar os bichinhos. O chocolate, por exemplo, contém uma substância chamada teobromina, que é metabolizada normalmente pelo organismo humano, mas é um problema para o metabolismo do fígado do animal e causa graves problemas de saúde e até levar o animal à morte. “Já que o metabolismo de cada animal é único, não dá para determinar uma quantidade certa de chocolate para o pet ingerir e não ser um risco para a sua saúde”, aponta o veterinário.

Algumas plantas também podem envenenar o animal e ainda que possam ser catalogadas no mesmo grupo de plantas venenosas, a substância tóxica presente em uma planta não necessariamente é a mesma da outra. “Os sintomas da ingestão de plantas venenosas podem ser diferentes e variar de intensidade, dependendo de alguns fatores”, como: comigo-ninguém-pode, “espada-de-são-jorge” e “bico-de-papagaio”, alerta o especialista.

No envenenamento, diversos sintomas podem aparecer, dependendo do tipo de substância ingerida. “Alguns sinais de envenenamento são salivação excessiva, vômito, diarreia que pode ou não conter sangue, dilatação das pupilas, tremores, convulsões, dificuldade de movimentação, desorientação, dores, febre, dificuldade para respirar, alteração na cor das mucosas (língua azulada)”, destaca Francis.

O importante é localizar com máxima rapidez qual foi a provável causa do envenenamento, essa informação será de extrema importância, uma vez que o tratamento varia de acordo com as causas da intoxicação. “Nunca tente fazer o pet vomitar ou dê leite ou água. O tempo do acidente até a intervenção do veterinário é muito mais importante”, alerta.

O tratamento para um pet envenenado vai depender do tipo de substância que ele ingeriu ou teve algum contato. O diagnóstico de envenenamento é baseado nos sinais clínicos, no histórico do animal e em alguns testes laboratoriais, como exames de sangue e de urina. “Como muitas vezes o agente causador não é conhecido, o tratamento emergencial consiste, na estabilização dos sinais vitais do animal. Nessa fase, as funções respiratórias e cardíacas são controladas com a administração de oxigênio e de fluidos”, explica Flosi.

Já quando a substância é conhecida, o antídoto é dado imediatamente. Em casos de intoxicação tópica, a higienização correta do local é feita. “Mas nenhum desses procedimentos deve ser realizado pelo tutor em casa sem orientação do veterinário”, finaliza o especialista.

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