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Os aromas dos vinhos são mesmo importantes?

Daniel Perches

Vinho 10/05/21

Se tem algo que é tema de conversa entre enófilos, além de figurar em todas as explicações sobre os vinhos, é a questão dos aromas.

É impossível falar sobre um vinho sem falar sobre seus aromas e claro, seus sabores. Eles variam de descrições mais "simples" como frutas vermelhas, cítricos, até ingredientes bem específicos e difíceis como algumas frutas exóticas, situações como "pêlo de raposa molhado" ou outros que a percepção (ou muitas vezes, imaginação) do degustador possa atingir.

Mas, exageros à parte, cabe perguntar-se: é preciso mesmo sentir e principalmente, entender os aromas do vinho? Eu preciso te dar uma resposta com duas vertentes, fazendo uso do "depende".

Depende da situação, do momento, do vinho, da comida, da companhia, do que você está buscando e de vários outros fatores. Mas calma que eu te explico.

Se você está com amigos em um churrasco, à beira da piscina, comendo boa carne com todos os acompanhamentos do churrasco que você tem direito e jogando conversa fora, ao som de músicas de seu agrado, precisa mesmo avaliar o vinho tecnicamente? Eu acredito que não. Nesse momento, se sou eu nessa cena, eu quero só aproveitar o dia, a conversa, a carne e o som.

Mas quando é que vale a pena prestar atenção aos aromas e sabores do vinho?

Quando você está em busca de entender o que tem nele, de estudar, de se aprofundar e de aproveitar ao máximo o que ele pode oferecer, inclusive em matéria de harmonização com comida. Identificando e entendendo os aromas e sabores do vinho, você poderá, de forma muito melhor e mais assertiva, fazer combinações que tenham melhores resultados com comidas.

Espero que agora você tenha entendido o porquê do meu "depende". Eu realmente acredito que depende muito do momento e do que você pretende com o vinho. Ficar avaliando vinhos durante um churrasco pode trazer-lhe a alcunha de "enochato". Simplesmente beber um belo vinho e ter uma comida qualquer (e muitas vezes a que não vai combinar) também me parece leviano.

Mas há uma forma de unir as duas situações, que é por meio do estudo do vinho, do entendimento de sua estrutura e consequentemente dos seus aromas e sabores. Com isso, certamente, você terá mais prazer com ele, seja na piscina, na praia, no churrasco ou no jantar de gala. Vale a pena e eu recomendo fortemente que você estude, entenda e pratique. Você vai ver que depois de um tempo, quando estiver naquele churrasco, não vai precisar ficar com o nariz na taça por um tempão para entender o que está bebendo. Só de levar a taça próximo ao seu rosto, já saberá o que tem ali, além de sua qualidade.

Pense nisso e defina seus objetivos. Boa degustação!


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