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Da Redação
Criado em Campinas na década de 1960, é conhecido internacionalmente pelos turistas que visitam a cidade, o sanduiche com corte "boquinha de anjo" poderá virar patrimônio da cidade. A proposta para considerar e valorizar o lanche, preservando a cultura gastronômica local foi enviada pelo diretório da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) - Regional Campinas, aos vereadores presentes no 1º Encontro com a Frente Parlamentar de Bares e Restaurantes, realizado no HUB Gastronômico da PUC-Campinas.
O encontro contou com os conselheiros da Abrasel Regional Campinas, da Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas, Alexandra Capriolli, representando o Prefeito de Campinas, do presidente da Câmara Municipal, Luiz Carlos Rossini, do vereador e presidente da Frente Parlamentar de Bares e Restaurantes , Otto Alejandro, e dos vereadores Perminio Monteiro, Arnaldo Salvetti, Marrom Cunha e Jair da Farmácia.
Para Matheus Mason, presidente da Abrasel Regional Campinas, a ideia de propor um projeto de lei para transformar a Boquinha de Anjo no patrimônio da cidade tem como objetivo preservar a memória da gastronomia local, rica em sabores e gostos. “Diversas cidades e capitais brasileiras têm seu prato típico e Campinas tem o Boquinha, que é conhecido nacionalmente”, diz. “Queremos preservar essa história e buscar outras que possam enriquecer nossa cultura gastronômica, já que Campinas é hoje considerada a capital da gastronomia no interior de São Paulo”, acrescenta.
Além de propor o projeto de lei, Mason diz que a ideia da Abrasel Campinas é criar um festival local de Boquinha de Anjo, com a criação de um prêmio para a escolha do melhor sanduíche pela população, um exemplo do que já existe com outros festivais .
No Brasil, pelo menos dois sanduíches são reconhecidos como patrimônios. O tradicional Bauru, criado na cidade paulista de mesmo nome, elevado a Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado através da Lei de 2019, e o Pit Dogs, reconhecido como patrimônio cultural de Aparecida, também no Interior de São Paulo.
A Boquinha de Anjo foi criada por funcionários da choperia Giovannetti, na década de 60, pelas mãos do então chapeiro da casa, de apelido Moleza. Feito com pontas de pedaços de frios que não eram fatiados, o lanche feito com pão francês era cortado em oito pedaços e especificamente servido ao final do expediente para os funcionários. Depois, com foi colocado no cardápio, especialmente para o público feminino.
O lanche batizado de Psicodélico ganhou maior popularidade e se tornou o mais famoso entre os clientes. Com o passar dos anos, o lanche que deu origem ao Boquinha de Anjo ganhou as companhias do Shapp, o Casal 20 e o Moleza, todos com sabores marcantes.
O lançado por Giovannetti também acabou se espalhando no decor das décadas por outros bares e botecos de Campinas e conquistou prêmios nacionais de festivais gastronômicos.