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Janeiro Branco: cuidado com a saúde mental

Da Redação

Geral 06/01/23

Janeiro, o primeiro mês do ano, inspira as pessoas a fazerem reflexões de suas vidas, das suas relações, do passado que viveram e dos objetivos que desejam alcançar no ano que se inicia. O mês foi escolhido para representar o movimento social dedicado à construção de uma cultura da saúde mental na humanidade, o “Janeiro Branco”. 

Para a Vanessa Rodrigues, psicóloga, palestrante e professora de Felicidade na Unicamp, o objetivo deste movimento é chamar a atenção dos indivíduos, das instituições, da sociedade e das autoridades para as necessidades relacionadas à saúde mental dos seres humanos.

Entre os transtornos mentais mais comuns, Vanessa destaca a ansiedade com sendo o número um no ranking. O Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS, que também aponta que 5,8% dos brasileiros sofrem com a depressão, sendo a maior taxa da América Latina, e a segunda maior das Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos. “Os casos de depressão também tem sido um aumento exponencial nos últimos anos e dentro do ambiente corporativo, podemos classificar o Bournet como o distúrbio que mais atinge as pessoas”, avalia a profissional.

Infelizmente, falar sobre depressão, ansiedade e outros transtornos mentais que afetam a população brasileira ainda é um tabu. No entanto, os dados da OMS mostram que além de necessário, é urgente debater o tema e combater o preconceito. “É importante que se tenha um olhar mais amplo sobre a questão mental. Entender que quando falamos em saúde mental não estamos focando na ausência de doença ou sintomas, mas sim na promoção de bem-estar. Janeiro Branco traz a possibilidade em nos conscientizarmos sobre o assunto, em perceber que nossos comportamentos e estilos de vida influenciam na saúde e podem gerar sofrimento”, afirma Vanessa.

Ninguém fica depressivo ou ansioso do nada, os sintomas são produtos de processos que vêm ocorrendo num espaço-tempo, por isso é preciso falar sobre as dificuldades. Ao invés de interpretar como fraqueza ou “bobeira”, é necessário compreender que há um sentido por de trás dessas emoções, e que apenas ao compartilhá-las é que é possível elaborar o sofrimento.

“A pandemia serviu como um enorme catalisador de sintomas e sofrimento mental. As pessoas tiveram que lidar com o desconhecido e tiveram que o fazer da maneira oposta ao extinto primitivo, se isolando ao invés de estarem unidas nas dificuldades. Além da solidão, outros determinantes como a preocupação com os entes queridos, com a situação financeira e econômica, o convívio obrigatório com pessoas sob o mesmo teto, a imposição emergencial de medidas de distanciamento que conflitam com a sensação de liberdade, as perdas sofridas, foram enormes frustrações para as pessoas, tornando-as mais vulneráveis a qualquer indisposição mental. A verdade é que fomos expostos ao nosso limite psicológico nesse tempo, e cada pessoa reagiu de acordo com a própria personalidade ou organização mental que possui, se uns mostraram sentimentos de coletividade e maior compaixão, muitos também mostraram tamanho egoísmo”, comenta a psicóloga.



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