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Da Redação
Com um pouco de espaço, escolhendo as espécies certas e tendo alguns cuidados é possível montar um mini pomar dentro de casa.
O prazer de saborear frutos colhidos no pé já não é mais exclusividade de quem mora em casas com quintais espaçosos, chácaras ou sítios. Cresce nos grandes centros o cultivo de árvores frutíferas em vasos. Além de colorir varandas e jardins, atraem passarinhos e contribuem positivamente com o ecossistema. Para os produtores que atuam no Ceaflor, o novo mercado de flores, plantas e acessórios da região de Holambra (SP), essa é uma tendência relacionada diretamente à qualidade de vida, pois além de ser saudável, resgata valores e memórias de momentos da infância, quando se colhia frutos diretamente no pé na casa dos avós. O aumento na produção e comercialização de frutíferas em vasos é da ordem de 10% ao ano.
Alex Bull, da Arvoria, que atua há 25 anos no mercado, conta que anteriormente ele produzia todo tipo de muda, para formação de pomares e paisagismo, mas hoje trabalha exclusivamente com mudas em vasos. Segundo o produtor, as frutíferas mais comercializadas variam de acordo a sazonalidade da fruta. “Comercializamos as árvores já produzindo frutos, porque o cliente precisa ver o fruto no pé. Entre os meses de outubro e dezembro, por exemplo, a frutífera que mais vendo é a uva”, destaca. No geral, na Arvoria, as arvores mais comercializadas em vaso são amora – brancas, pretas e gigantes –, melão andino, figo, uva, goiaba e romã.
Os frutos das árvores produzidas em vasos são tão saborosos quanto das que são plantadas no solo. Além de fazerem sucesso no paisagismo, são igualmente saudáveis. Romã, pitanga, araçá, jabuticaba, acerola, todos os citros e goiaba são algumas das espécies possíveis de cultivo em vasos. Como a variedade é grande, cada produtor trabalha mais forte com alguma específica. É o caso do produtor Fernando Henrique Baio, da Flora Baio, que destaca as jabuticabeiras entre as mais procuradas.
A Dierberger, empresa com 127 anos de mercado, também está presente no Ceaflor. Pioneira na produção e comercialização de mudas, foi responsável pela introdução de culturas comerciais no Brasil, como a lichia e a noz macadâmia. “Trabalhamos com espécies selecionadas e enxertadas que antecipam muito a produção, incluindo variedades que produzem ainda bem pequenas, como a pitanga anã do cerrado”, comenta o diretor da empresa, Luís Bacher. O produtor destaca também a pitangatuba e o mini cajá como excelentes opções para cultivo em vasos, pois apresentam porte reduzido e mesmo mudas obtidas de sementes produzem frutos precocemente, sem a necessidade de enxertia.
Como cuidar
A partir da definição do espaço, escolhendo as espécies apropriadas e com alguns cuidados, é possível montar um mini pomar dentro de casa.
Para começar, a escolha dos vasos é importante para ornamentar a espécie selecionada e, principalmente, para cuidados básicos. É necessário um vaso com boa drenagem, possibilitando o escoamento do excesso de água, quando houver, e para manter a umidade. Cada espécie precisa de um determinado espaço para seu desenvolvimento, o que requer atenção na profundidade do vaso, conforme a frutífera escolhida.
Diferentemente das árvores plantadas no solo, que não necessitam de muitos cuidados, as espécies cultivadas em vasos demandam atenção: o solo deve ser rico em matéria orgânica, é preciso se atentar às regas periódicas, além da quantidade de luz, proporcionando a insolação adequada no local. Assim como as frutíferas tradicionais, os galhos devem ser podados sempre que necessário. O ideal é contratar um especialista, pelo menos na primeira vez. Depois, o profissional pode ensinar o morador a fazer a poda sozinho.