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Da Redação
Cães sem raça definida, os populares “vira-latas”, são maioria nos lares, nas ruas e também nos abrigos brasileiros. Com histórias de abandono, resiliência e afeto, esses animais ganham uma data para serem celebrados: o Dia do Vira-Lata, lembrado em 31 de julho.
A data é um convite à reflexão sobre adoção responsável, castração e a urgência de políticas públicas voltadas à proteção dos animais. Também é uma oportunidade para combater o preconceito ainda existente contra animais que não possuem pedigree. “O vira-lata representa milhões de histórias que poderiam ter terminado na dor, mas encontram afeto, cuidado e dignidade graças à empatia de quem escolhe adotar”, explica o veterinário Francis Flosi, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas. “Eles são inteligentes, carinhosos e cheios de gratidão. Precisam de cuidado, não de rótulo”.
Um cenário preocupante
Segundo estimativas de organizações não governamentais, o Brasil possui mais de 30 milhões de cães e gatos em situação de rua, a maioria deles sem raça definida. O abandono, a reprodução descontrolada e a falta de informação contribuem para esse cenário, que vai além do bem-estar animal e impacta também a saúde pública. “Animais abandonados estão mais expostos a doenças, fome, acidentes e maus-tratos. E isso também traz risco à população humana, com a proliferação de zoonoses, como esporotricose, raiva e leishmaniose”, explica o veterinário.
Castração salva vidas
Além da adoção, a castração é apontada por especialistas como uma das principais ferramentas para reverter o ciclo do abandono. O procedimento reduz drasticamente o número de crias indesejadas e melhora a saúde do animal. “Animais castrados vivem mais e melhor. Previne-se tumores, infecções graves e comportamentos que colocam os pets em risco, como fugas e brigas. É um gesto de cuidado e amor”, afirma Flosi.
Quando adotar é transformar uma vida
Ao adotar um vira-lata, é importante estar consciente das responsabilidades envolvidas: alimentação, vacinação, consultas regulares, tempo para atenção e brincadeiras, além de um lar adaptado às necessidades do animal. “Adotar é assumir um compromisso para toda a vida do pet. E quem toma essa decisão quase sempre relata um retorno imenso em afeto e companheirismo. O amor de um animal adotado é puro e verdadeiro”, destaca o especialista.
Como apoiar a causa animal
Mesmo quem não pode adotar, consegue ajudar os vira-latas de diversas formas:
● Divulgando campanhas de adoção e castração;
● Doando ração, medicamentos ou cobertores a abrigos e protetores;
● Apoiando financeiramente ONGs de proteção animal;
● Participando como voluntário em feiras de adoção;
● Conscientizando amigos e familiares sobre a causa.
Vira-lata: símbolo de afeto e resistência
Neste 31 de julho, mais do que uma comemoração, o Dia do Vira-Lata convida à empatia e à ação. A raça pode não estar no pedigree, mas está no coração de milhões de famílias brasileiras.