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Acne na mulher adulta: um problema comum que ainda carrega tabus

Autor Da Redação

Cidades 19/11/2025

Esqueça a ideia de que espinha é coisa de adolescente. Cada vez mais, mulheres adultas têm procurado dermatologistas em busca de alívio para cravos, inflamações doloridas e manchas que insistem em aparecer mesmo depois dos 25 anos. A acne adulta está crescendo e vem acompanhada de estresse, mudanças hormonais e até do estilo de vida moderno.

Estudos mostram que uma em cada três mulheres acima dos 25 anos sofre com o problema. E junto das lesões na pele, muitas vezes vêm a insegurança, o impacto na autoestima e até dificuldades na vida profissional. Afinal, apesar de comum, o tema ainda é cercado de tabus.

Para a dermatologista Bianca Kennerly, há uma combinação de fatores por trás do aumento dos casos. “As oscilações hormonais, o estresse, o uso inadequado de cosméticos, as alterações do ciclo menstrual e até condições como a síndrome dos ovários policísticos podem desencadear a acne na mulher adulta”, explica. A especialista também faz questão de reforçar que o problema não tem relação com falta de higiene, um mito que ainda persiste. “Muitas mulheres totalmente saudáveis e cuidadosas simplesmente têm predisposição genética”, destaca.

A acne adulta, aliás, não é apenas uma versão tardia da acne adolescente. A dermatologista detalha que o quadro costuma surgir principalmente na região da mandíbula, do queixo e do pescoço, e que as inflamações tendem a ser mais profundas e recorrentes. Ela comenta que muitas pacientes chegam ao consultório carregando culpa, como se tivessem cometido algum erro na rotina. “É importante que elas entendam que não é descuido. Há uma causa, e há tratamento”, enfatiza a dermatologista.

E os impactos vão muito além da aparência. Bianca observa que muitas mulheres relatam insegurança, dificuldades para se maquiar e até receios de participar de eventos sociais ou reuniões importantes. “A acne mexe com a autoestima. Procurar ajuda não é um ato de vaidade, é autocuidado”, afirma.

A dermatologista Bianca Kennerly diz que a acne adulta é comum, tem tratamento e não define ninguém

A boa notícia é que há várias opções de tratamento e todos podem ser ajustadas de acordo com as necessidades de cada pele. A dermatologista explica que a abordagem costuma incluir uma limpeza adequada, o uso de produtos tópicos mais modernos, peelings e lasers, e em alguns casos, medicações orais, como a isotretinoína. Ela destaca, no entanto, que cada caso é único e deve ser avaliado por um profissional. “Não existe fórmula pronta. O que funciona para uma mulher pode não funcionar para outra”, alerta.

Ao falar sobre o tema, é impossível ignorar os muitos mitos que circulam por aí. A especialista é categórica ao dizer que tomar sol não melhora a acne e que na verdade, pode piorar. Lavar o rosto várias vezes ao dia também não traz benefícios e pode causar efeito rebote. E espremer espinhas, além de ser um hábito tentador, é extremamente prejudicial. “Inflama mais, machuca a pele e deixa marcas. É algo que sempre recomendo evitar a qualquer custo”, pondera Kennerly.

Para quem deseja começar a cuidar melhor da pele agora mesmo, ela sugere medidas simples: uma limpeza suave de manhã e à noite, um protetor solar adequado para peles acneicas, evitar cosméticos muito oleosos e dar preferência a maquiagens oil free. E, acima de tudo, manter as mãos longe das espinhas. Observar se o quadro piora em determinados momentos do ciclo também ajuda na investigação das causas.

No fim das contas, a mensagem é clara: a acne adulta é comum, tem tratamento e não define ninguém. Se você está passando por isso, não hesite em procurar um especialista. Cuidar da pele é, também, uma forma de cuidar da própria saúde.

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