Com a proximidade das festas de fim de ano, é comum planejar férias, explorar novos lugares ou visitar familiares. No entanto, para quem possui animais de estimação, tirar alguns dias para uma viagem pode ser difícil. Ao se programar, uma das principais preocupações é decidir o destino do animal de interesse. 

O período de férias e feriados prolongados também é uma época em que o abandono animal se intensifica e por falta de informações permitidas, muitas famílias não sabem como lidar com o animal de estimação, acabando por deixá-lo desabrigado.

Há cada vez mais opções viáveis ​​para cuidar dos animais durante as férias e é possível levá-los junto na viagem ou hospedá-los em locais seguros com atenção de um pet sitter. A ideia principal é sempre evitar o abandono, que além de cruel, configura um crime ambiental. Antes de tudo, o mais importante é pensar no bem-estar do animal e ter certeza de que ele estará seguro no lugar onde será deixado.

Hospedagem

Segundo o veterinário Francis Flosi, para aqueles que desejam deixar o animal hospedado, a principal opção é procurar hotéis, creches ou pet sitters que exijam a vacinação e vermifugação no dia dos animais. “Esses critérios são fundamentais para evitar problemas de saúde e garantir a segurança do animal de estimação. É importante buscar boas restrições e observar o ambiente em que os animais ficam, verificando a limpeza, a organização e se proporciona interação entre os animais e as pessoas”, diz o especialista. 

A separação dos animais por tamanho também é essencial, além de analisar as rotas de fuga e as condições de muros e portas do local. “A qualidade da ração, a higiene dos comedouros e bebedouros, assim como a rotina de desinfecção do ambiente, também são critérios a serem considerados na escolha do local de hospedagem”, completa.

Babá de animais

Outra opção é contratar um pet sitter, um cuidador temporário que fica responsável pelo animal de estimação na casa do proprietário. “Esse serviço é especialmente indicado para gatos, que são animais territorialistas e preferem ficar em seu próprio ambiente. O pet sitter será responsável por cuidar do animal, garantindo sua alimentação, limpeza da caixinha de areia e comodidade dos passeios necessários”, detalha Flosi, que traz mais uma dica. “Para evitar que o animal se sinta abandonado, é importante que sejam feitas videochamadas durante a viagem, para que o bicho de hóspedes sinta a presença do tutor”, elenca.

O animal de estimação pode viajar junto

Se a ideia é levar o animal de estimação junto na viagem, é fundamental que sua documentação seja tratada em dia. “Uma visita ao veterinário é necessária para realizar um check-up, garantir a atualização da carteira de vacinação e obter um atestado de saúde para o animal. Além disso, é importante verificar quais exames e vacinas são exigidos no destino escolhido, assim como os documentos necessários para o transporte”, comenta Flosi. 

É recomendado que os exames sejam realizados pelo menos dez dias antes da viagem, e os testes sorológicos podem exigir mais tempo. “Caso o animal faça uso de medicamentos contínuos, é necessário providenciá-los junto com um kit preventivo”, detalhou o veterinário.

A bagagem do animal de estimação deve incluir seus brinquedos e acessórios favoritos, bem como a quantidade necessária de ração para a duração da viagem. “Utilizar coleiras e, se possível, fazer um microchipagem do animal é essencial para garantir sua segurança. O transporte do animal deve ser feito de forma segura e confortável para todos, evitando que o animal fique solto no veículo ou com a cabeça para fora da janela, o que caracterize uma infração de trânsito com desvio de multa”, diz Flosi.

Viagens áreas com o pet

Antes de adquirir sua passagem aérea, é importante verificar as regras de transporte pelas companhias aéreas. Cada empresa possui suas próprias normas específicas. “Certifique-se de ter em mãos a documentação de vacinação do seu animal de estimação. É necessário apresentar um comprovante de vacinação antirrábica para animais com mais de três meses de idade. Essa vacina deve ter sido aplicada entre 30 dias e 12 meses antes da viagem. Caso a vacina tenha expirado ou você não possua comprovante, uma nova dose deverá ser aplicada 30 dias antes do voo”, diz Flosi. 

É importante ressaltar que todas as vacinas devem estar no dia, pelo menos 30 dias antes da viagem, e não apenas a vacina antirrábica. Além disso, cães e gatos possuem diferentes critérios de vacinas, dependendo do destino.

O especialista alerta para o uso de uma caixa de transporte adequada ao tamanho do animal, resistente e bem ventilada. É relevante observar que cada companhia aérea solicita um tipo específico de caixa, portanto é essencial verificar as exigências da empresa antes de adquirir uma caixa. Essa informação se aplica apenas para animais que viajam na cabine, acompanhada de seus tutores. Animais que serão transportados no compartimento de bagagem devem ser acomodados em uma caixa grande e confortável, mas também é fundamental verificar as restrições da empresa para evitar problemas no dia do voo. 

Realize uma adaptação do seu animal de estimação com a caixa de transporte pelo menos 15 dias antes da viagem. “Permita que ele entre e saia várias vezes, experimente petiscos para que ele entenda que a caixa é um local agradável. Leve seu animal de estimação ao veterinário pelo menos sete dias antes da viagem para obter um atestado de saúde para viagens”, completa o veterinário.

Evite o uso de calmantes, a menos que seja uma situação extremamente urgente e recomendada pelo veterinário. É importante ressaltar que nenhuma companhia aérea permite que o animal fique levemente sedado. Caso seja necessário, o veterinário deverá prescrever a medicação adequada.

Dê banho e apare as unhas do seu animal de estimação um dia antes da viagem. Ofereça alimentos até, no máximo, duas a três horas antes do embarque para evitar prazeres e vômitos. Fornecer água à vontade no aeroporto e antes do embarque também é importante.

É fundamental que o animal de estimação e sua caixa de transporte estejam devidamente identificadas. Utilize um tapete higiênico para forrar a caixa de transporte e colocar uma peça de roupa dentro dela.

-se de que uma coleira peitoral esteja no animal, também identificado, e que ela esteja presa com um guia em algum lugar da caixa de transporte, do lado de dentro. Isso evita que o animal escape caso a caixa caia e se quebre dentro do avião.

Leve o cachorro para passear antes do voo para que ele possa urinar e defecar.

Brinque e faça carinho em seu animal de estimação para ajudá-lo a relaxar. Evite embarcar muito cedo, a menos que ele fique tranquilo no aeroporto.

No caso de transporte no compartimento de carga, as caixas de transporte serão separadas com cintos e cordas. Se o animal viajar na cabine, a caixa deverá ser colocada sob a poltrona, com o animal sempre dentro dela.

Ao desembarcar, o animal que passar no compartimento de carga será retirado do avião e colocado na área de bagagens, não na esteira. “Enfim, é importante planejar com antecedência e se informar sobre as melhores opções para cuidar do seu animal durante as férias. Evitar o abandono é um dever de todos, e a posse é responsável por garantir o bem-estar dos animais de estimação, mesmo durante os períodos de viagem”, finaliza Flosi. 

*Imagens: Freepik