Home / Noticias / Cidades
Da Redação
A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza o uso de óculos com lentes que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol sempre que ultrapassar 6.
A previsão do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais) é de que a radiação em Campinas e RMC (Região Metropolitana), atinja índices extremos de 13 e 14, superando parte do Brasil em que radiação vai estar em 12. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, chama a atenção para a previsão de dias nublados e até pancadas de chuva nesta semana. Isso porque muitos deixam a proteção de lado nestes dias, mas há evidências de que 70% da radiação atinge os olhos mesmo quando o sol está sob nuvens. “Em dias de radiação extrema o índice de UV continua sendo bem mais que o considerado seguro para nossos olhos”, comenta
O problema é que um levantamento feito pelo médico com 814 participantes mostra que só 45% costumam se proteger o ano todo. Para o médico a parcela dos desprotegidos pode ser ainda menor. Isso porque, um estudo de engenharia médica mostra que o alto índice de radiação solar no Brasil faz com que a durabilidade do filtro das lentes seja em média de dois anos e muitas pessoas não trocam os óculos de sol com esta frequência.
Efeitos imediatos
Queiroz Neto afirma que duas alterações decorrentes da radiação ultravioleta podem ser notadas imediatamente. Uma é o escurecimento e degeneração da pele das pálpebras. que eleva o risco de contrair câncer de pele na região. A outra, ressalta, é a fotoceratite, uma inflamação da córnea por queimadura de primeiro grau que geralmente ocorre após 6 horas ininterruptas de exposição ao sol sem proteção. Os sintomas são olhos vermelhos e ressecados. O problema, afirma, é que a fotoceratite não é levada a sério por muitas pessoas porque depois de 48 horas de afastamento do sol os sintomas desaparecem. Isso não significa ausência de risco. A inflamação provoca o desprendimento de células do epitélio (camada externa da córnea) e a córnea fica mais vulnerável à inflamações, explica.
Efeitos cumulativos
O oftalmologista afirma que as doenças mais graves resultam do efeito cumulativo do sol. A radiação UV aumenta em 60% a chance de desenvolver catarata, opacificação do cristalino, que responde por 49% dos casos de perda da visão no país, e cresce 20% ao ano. O único tratamento é a cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular. Outra doença grave que pode ser causada pelo sol, comenta, é a degeneração macular. Provoca a morte das células da mácula, parte central da retina responsável pela visão de detalhes. Quando é descoberta em estágio inicial pode ser tratada com injeções antiangiogênicas, mas muitos casos levam à perda irreparável da visão. Uma terceira doença decorrente da radiação UV é o pterígio caracterizado pelo espessamento da conjuntiva, membrana que cobre a parte branca do globo ocular e a superfície interna das pálpebras. Quando pequeno é tratado com pomadas anti-inflamatórias, mas se cresce e atrapalha a visão pode ser extraído por cirurgia.