Há muito tempo, quando os corredores dos escritórios de advocacia ainda ecoavam com o som de sapatos de couro e o aroma de papel fresco, comecei minha jornada como office boy. Naquela época, o mundo jurídico estava apenas começando a flertar com a tecnologia. O que tivemos foi o início da digitalização dos processos, e isso em um mundo ainda alheio à magia da internet.

De lá para cá, o cenário mudou significativamente. O que antes era um mero flerte, tornou-se um casamento consolidado entre o direito e a tecnologia. A tecnologia, outra vista com desconfiança, passou a ser uma aliada de primeira hora dos advogados. Num mundo onde a informação é o bem mais precioso, a capacidade de aceder, analisar e utilizar de forma eficaz tornou-se essencial.

E é aqui que entram como técnicos de direito. Para os não iniciados, law techs são startups focadas em oferta de soluções tecnológicas para o mundo jurídico. Eles têm o poder de transformar digitalmente os escritórios, otimizando processos, melhorando a comunicação e, acima de tudo, trazendo inovação. Mas, claro, sempre respeitando as diretrizes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Além da tecnologia, as novas formas de comunicação também se tornaram instrumentos fundamentais para apresentar e tangibilizar o serviço de um advogado. Hoje, por exemplo, é comum vermos advogados em podcasts, comentando sobre os mais diversos temas, sempre sob a ótica do direito. Essa presença midiática não apenas humaniza a figura do advogado, mas também destaca sua relevância nos debates contemporâneos.

A verdade é que um escritório de advocacia pode ser muito mais do que um refúgio em tempos de crise. Pode ser um parceiro estratégico, um guia, um aliado na jornada de seus clientes.

Como diria a canção: "Toda forma de poder é uma forma de morrer por nada". E, nesse mundo em constante mudança, não se adaptar é, de certa forma, abdicar do poder que a tecnologia e a comunicação nos oferecem.

O futuro do mundo jurídico não está apenas nos códigos e leis, mas na capacidade de se reinventar, de abraçar a tecnologia e de entender que, no final das contas, estamos todos conectados por um fio invisível chamado inovação.